As mudanças sempre existiram em todas as áreas do conhecimento. A própria humanidade vem comprovando isso ao longo da História. São mudanças econômicas, tecnológicas, políticas, sociais, ambientais e, em outros aspectos, as quais contribuem, decisivamente, para essa constante transformação mundial, capaz de produzir impactos notáveis, em diversos setores da sociedade, assim como, causar incerteza nas pessoas.
Na área empresarial, notamos a freqüente mobilização em adequar pessoas às teorias e às técnicas administrativas, com uma nova roupagem para atender essas mudanças. Desta forma, como conseqüência da tentativa de adequação a essas mudanças as organizações sofrem diversas influências.
Portanto, o grande desafio para a área empresarial é a incorporação tecnológica, a inovação e o desenvolvimento organizacional. As mudanças têm levado as empresas a investirem no monitoramento da ciência e tecnologia, na modernização de processos e na gestão do conhecimento.
Nesse contexto, surgem diversas iniciativas de Educação Corporativa, entendida como um conjunto de subestruturas organizacionais voltadas para o empreendimento. O processo de aprendizagem pessoal deve ser consoante com a visão e missão da empresa. E o seu propósito deve estar focado no desenvolvimento de competências, as quais devem fomentar a produtividade.
É sabido que, atualmente o conhecimento tornou-se um dos principais fatores de agregação de valores, tanto para as empresas como para as pessoas e é visto como um grande diferencial competitivo. O conhecimento é hoje, muito mais que no passado, um bem valiosíssimo.
Apesar dos avanços tecnológicos, é notável que, o foco permanece nas pessoas que detêm o capital intelectual, que o desenvolvem, e democratizam-no. No entanto, as mudanças nos dias de hoje, em número e grau de complexibilidade mais evidentes que no passado, dificultam cada vez mais o acesso das pessoas a essas inovações, causando problemas que extrapolam as esferas empresariais, atingindo fatores externos de ordem econômicas, e sociais.
Diante desta problemática, encontramos a necessidade do envolvimento de todos os setores nesse processo de transformação. Cabe ao sistema público promover políticas de democratização sociais mais conhecidas como inclusão social. Devem participar também outras organizações como as não governamentais, as universidades e os centros de pesquisas. Todos devem estar envolvidos igualmente. Esse também é um grande desafio.
Sendo assim, necessária uma mudança de paradigma na concepção de Educação Corporativa, exigindo uma alteração na lógica de ?treinamento? para uma lógica de ?aprendizagem?. Significa dizer que não se trata de desenvolver qualificações de forma isolada, mas de reunir condições favoráveis à criação de uma ?organização que aprende?, ou seja, de ambiente corporativo que apóie, reconheça, respeite e estimule o aprendizado de todos a médio e em longo prazo, não só no que diz respeito às competências essenciais à empresa, mas também na formação do cidadão, preparando-o para o mercado de trabalho. O que permite que a relação oferta de trabalho versus demanda de mão-de-obra qualificada seja sistêmica e cíclica, contribuindo, de certa forma, para a empregabilidade das pessoas e para uma possível diminuição do desemprego.
Sob esse enfoque, a Educação Corporativa pode contribuir, de modo geral, como um conjunto articulado de atividades voltadas para o desenvolvimento das pessoas, direcionando-as para a inovação e criação de novos produtos, serviços e processos. Constitui-se, dessa forma, em um conjunto de políticas coerentes e sintonizadas com os objetivos estratégicos da organização.
Na nova abordagem de Desenvolvimento Organizacional, não basta dispor de uma infra-estrutura moderna, de inovações em produtos, serviços e processos, é preciso competências pessoais para transformar as informações geradas em conhecimento, que, por sua vez, deve proporcionar práticas eficientes e eficazes de produção.
A educação é um dos elementos-chave para o desenvolvimento de competências que proporcionem condições básicas e essenciais para que pessoas e organizações obtenham um diferencial competitivo e estejam aptas a lidar com as mudanças e assim garantir ao cidadão seu espaço no mercado de trabalho o qual é tão exigente e competitivo nos dias de hoje.
A dinâmica do processo de Educação Corporativa requer um desenvolvimento de competências continuadas ao longo da vida, que permitam à pessoa, não apenas atender às exigências e às atribuições do seu cargo atual, mas também a outros que poderá ocupar, na empresa, no futuro. Além disso, a pessoa não deve, somente acompanhar as mudanças na empresa atual, e, sobretudo aquelas ocorridas no mercado de trabalho, e estar atenta às novas tendências e oportunidades.
Portanto, no desenvolvimento de competências, temos dois desafios: superar antigas deficiências e desenvolver as novas competências exigidas a partir de constantes mudanças no novo perfil para a ocupação de novos postos de trabalho.
Foto/legenda – Professor Marco Antonio Alves de Farias é docente do Curso de Administração da FIMCA e autor do artigo.
Fonte: Assessoria de Imprensa FIMCA