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FIMCA FORMA 6ª TURMA DE MEDICINA

10/12/2014 às 08h33min

Desde o dia 04 de dezembro de 2014, que os setenta e cinco integrantes da sexta turma de Medicina da Fimca – Faculdades Integradas Aparício Carvalho passaram de um grupo de acadêmicos e tornaram-se os mais novos médicos do Estado de Rondônia, após a cerimônia de Colação de Grau presidida pelo Diretor Geral Drº. Aparício Carvalho, no anfiteatro da instituição.

A solenidade contou com a presença de amigos e familiares dos novos médicos, além de autoridades acadêmicas como a Vice diretora das Faculdades Integradas Aparício Carvalho, Drª. Maria Silvia Fonseca Riberio Carvalho de Moraes; Drª. Maria Conceição Ribeiro Simões, Coordenadora do Curso de Medicina; Vice diretor da Faculdade Metroolitana, Profº. Gilmar dos Santos Nascimento; Diretora Acadêmica Valdira Nina Lee Magalhães de Sá; Coordenadora Acadêmica Profª. Ma. Maria José Ribeiro de Souza; Deputada Federal, eleita, Mariana Fonseca Ribeiro Carvalho de Moraes; Drº Thiago Patta e Drº. Marcos Madeira, respectivamente patrono e paraninfo da sexta turma.

O juramento de Hipócrates, declaração solene tradicionalmente feita por médicos por ocasião de sua formatura, foi realizado pelo formando Jacob Athallah.
 
O orador da turma foi o acadêmico Cesar Vinicius de Moraes Petisco que relembrou em seu pronunciamento a diversidade cultural, social e intelectual vivenciada nos seis anos de curso, agradeceu aos pais, familiares e mestres pelo apoio indispensável à realização do sonho de se tornarem médicos.
 
O diretor geral, drº. Aparício Carvalho em seu discurso, salientou aos novos médicos que é necessário, para ser um bom profissional a formação, mas, que se essa formação não estiver atrelada a humildade de nada adiantou tanto tempo em uma faculdade e não se ter a noção de como tratar uma pessoa. Para nós, colegas médicos, é essencial que sejamos humilde e saibamos nos comunicar com nossos pacientes, entender porque este paciente está em nosso consultório.
 
Pronunciamento do Diretor Geral Dr. Aparício Carvalho
Autoridades presentes, caros colegas egressos e seus familiares, senhoras e senhores,
Como diretor geral da FIMCA, pra mim é uma honra participar desta solenidade de graduação – evento mais importante da vida acadêmica – na qual celebramos o ápice de uma escalada de estudos, que se cristaliza com a obtenção do Título que, neste caso, os distinguirá de agora em diante como médicos.
E é uma verdadeira festa, porque este momento também se engalana com a presença de vossos entes queridos que, por terem lhes acompanhado incondicionalmente ao longo da vida, compartilham hoje do vosso orgulho e satisfação de haver alcançado este êxito tão significativo, reconhecendo implicitamente vosso esforço, ao mesmo tempo em que expressam o amor com o qual os acompanharam em toda a etapa estudantil.
E é festa também, porque todos nós da FIMCA, docentes e não docentes, igualmente transbordamos de felicidade por havermos compartilhado humildemente da vossa formação; por termos caminhado com vocês, auxiliando de alguma maneira, na construção do conhecimento que vos permitirá exercer, a partir de hoje, a magna profissão de médico. E dessa forma, esta escola de medicina não vos despede,  apenas vos concede um diploma que os fará, de agora em diante, seus representantes permanentes onde quer que vocês exerçam a medicina. Que a luz da nossa história, do nosso conceito, da nossa marca, seja a guia ética que oriente sempre o vosso caminho.
Também quero expressar um agradecimento especial aos nossos diretores, coordenadores e professores, por sua paciência, sua dedicação e contribuição na formação intelectual e profissional dos novos médicos que hoje ingressam no mercado de trabalho. São eles – juntamente com os acadêmicos e seus familiares – a razão do sucesso institucional da FIMCA, este ano mais uma vez premiada local, nacional e internacionalmente, por suas vantagens competitivas de qualidade, infraestrutura e compromisso social e ambiental.
Hoje, é também um momento apropriado para algumas reflexões.
O mundo está passando por um turbilhão de mudanças ao qual todos estão expostos e no qual a palavra êxito parece ser um sinônimo de atividades às vezes sem sentido, na qual os minutos tem um preço imposto por “ninguém sabe bem por quem”, de forma que se torna ilusório querer dispor de algum tempo para pensar, para escutar e para atender as necessidades de um amigo.
Parece que pensar, olhar nos olhos e escutar atentamente e com empatia uma pessoa com problemas – que muitas vezes grita desesperadamente por auxílio – é considerado uma perda irreparável de tempo… E este contato humano, de intercâmbio de sentimentos, é um dos desafios mais importantes que enfrenta um médico nos dias de hoje.
Tudo e todos hoje nos pressionam, todas as coisas estão na onda “fast food”, até as relações humanas foram simplificadas ao ponto de que já não importa conhecer profundamente ninguém, já não importa sua origem, sua história, seu entorno, suas capacidades, não interessa o que pode nos permitir entender melhor o amigo, o vizinho, o paciente… Ao contrário, parece que nos aprofundar muito no outro e em seus problemas, pode nos comprometer demais, e isto poderia complicar ainda mais a exiguidade do nosso tempo.
Mas quero dizer-lhes, caros colegas recém-formados: a medicina, como ciência, não serve para nada se não houver comunicação; e é através desta comunicação que ela se nutre para produzir as mudanças necessárias tanto para prevenir como para curar doenças.
Hoje a sociedade está enferma desta dificuldade de comunicação. E isso é paradoxal, porque nunca tivemos tantos meios e recursos para nos comunicar como agora. Mas as pessoas não sabem escutar, e por isso respondem mal. Portanto, aprender e praticar a comunicação com nossos pacientes é uma condição indispensável para quem deseja ser um bom médico.
Outra reflexão que me parece pertinente neste momento é no que se refere ao nosso compromisso com a formação continuada. O profissional de saúde sabe como ninguém, que a ciência avança numa velocidade impossível de ser acompanhada por qualquer mente humana. Sobretudo se diferenciarmos acúmulo de informação, geralmente exibida por charlatões, do reflexivo conhecimento ordenado, metódico e comprovável que exige a ciência que praticamos em nossa profissão.
Deste modo, para estar à altura da evolução deste conhecimento, não existe outra maneira senão o estudo permanente, alimentado pelo compromisso ético e consciente de que nosso saber deve ser dirigido de maneira prioritária, não só a manter ou restabelecer a saúde, como também para tentar resolver a enfermidade da pessoa, tanto no seu contexto psicofísico como dentro da comunidade em que vive.
A medicina de hoje também não pode ser exercida com êxito se prescindir de uma boa equipe de trabalho, integrada por profissionais graduados em saberes incorporados em outras ciências de saúde, todos importantes para a satisfatória solução de problemas complexos.
O avanço da ciência trouxe muitos benefícios, mas também gerou uma série de situações complexas: longevidade, doentes crônicos, estratégias de saúde em populações com deficiência, cirurgias de alta complexidades, os transplantes, tratamentos imunossupressores, unidade de tratamento intensivo, apenas para citar algumas situações da vida, em que só uma equipe treinada de profissionais da áreas de saúde, como enfermeiros, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, radiologistas, bioquímicos, assistentes sociais, administradores hospitalares, e tantos outros todos juntos, trabalhando em equipe interdisciplinar, podem encontrar a solução para problemas difíceis.
O entendimento humilde de nossa limitação em determinadas áreas é uma virtude essencial que um bom médico deve cultivar. Afinal, não deve haver um profissional mais temerário que um médico soberbo, imprudente e arrogante.
Diz o provérbio grego: “quem nada duvida, nada sabe!”
Creio, também, que para adquirirmos confiança no nosso trabalho, uma aliada importante é a paixão. A paixão com que atuamos e a paixão que colocamos em tudo aquilo que vamos fazer. O apaixonado vive numa energia que o leva a colocar em cada ação, o cérebro, a pele e o coração. O apaixonado enfrenta cada problema como um espartano treinado para avançar tanto no caminho plano como no montanhoso, encontrando em cada obstáculo um desafio e em sim mesmo o compromisso inarredável de insistir, persistir e não desistir. O apaixonado jamais foge da luta; na realidade ele persegue a luta, dela se alimenta.
E para finalizar, quero lembrar aos novos médicos, que nunca devemos duvidar do fato de que o nosso trabalho cotidiano é um ato de serviço, de entrega, e é nele que nossa humanidade se expressa das mais diversas formas. De tal maneira que muitas vezes, não estamos em boas condições mentais ou físicas para dar todo o nosso potencial, porque o médico também, como todas as pessoas, padece das mais variadas problemáticas que afligem ao homem. Entretanto, em tais momentos, é quando o ato de serviço exige uma amplitude de verdadeiro amor ao próximo; porque apesar de existirem circunstâncias que nos dominem, devemos redobrar nosso esforço para carregar em nossas costas o peso dos problemas do nosso paciente.
Claro que isso é difícil, porque às vezes também nos encontramos debilitados, porque às vezes estamos cheios de dúvidas… E para estes momentos, o que lhes aconselho é buscar a serenidade que geralmente encontramos nos afetos primários, como também em colegas e amigos, pois sempre existem entre eles, aqueles que estão sempre dispostos a nos oferecer apoio diante das adversidades da profissão.
Assim, queridos egressos, o que quero dizer-lhes é que a medicina é respeito, a medicina é ética e valor, a medicina é compromisso, a medicina é paixão, é ato de coragem de quem quer servir com alegria e plenitude ao outro que sofre e que nos procura em busca de alívio.
Concluo citando as palavras de Antoine de Saint-Exupéry: “Eu acho que vai chegar o dia em que o paciente não saberá o que é ser abandonado nas mãos dos médicos. Eu acho que vai chegar o dia em que, sem cobrar nada, esses médicos vão tirar seu sangue, calcular algumas variantes, multiplicar umas pelas outras e curar o enfermo apenas com uma pílula.  No entanto, se eu cair enfermo, eu preferirei me consultar com um antigo médico de família. Ele me olhará nos olhos, me tomará o pulso, me apalpará o ventre e me auscultará. Em seguida, tossirá um pouco, coçará o queixo e esboçará um sorriso em minha direção para aliviar a minha dor. É claro que eu admiro muito a ciência, mas admiro também, e como ninguém, a sabedoria”.
Desejo a todos vocês os mais exitosos votos de paz e prosperidade, tanto na vida profissional como em vossas vidas familiares. UM feliz natal e próspero ano novo a todos.
Muito obrigado
 
 

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