Uma quadrilha que vendia vagas para o curso de medicina para faculdades de vários estados brasileiros foi presa na manhã deste domingo 22, em Porto Velho, Rondônia. Foram cerca de dez pessoas presas em flagrante, sendo uma delas menor de idade, desses 10, 3 são integrantes da quadrilha, o fato ocorreu durante o vestibular das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, na capital do estado.
A operação foi articulada pela direção da faculdade, juntamente com a Polícia Civil. Assim foi possível prender um dos chefes do esquema e mais um integrante da quadrilha. Oito estudantes que compraram as vagas também foram presos. Todos foram levados para a Delegacia de Repressão e Combate às Ações Criminosas Organizadas.
O grupo criminoso comercializava os gabaritos por cerca de cem mil reais e se utilizavam de modernos aparelhos eletrônicos para comunicação entre os envolvidos. Mesmo com tamanha segurança implantada, os envolvidos conseguiam passar pelos detectores de metais.
O esquema contou com uma sofisticada logística para acontecer. No sábado 21, membros da quadrilha se reuniram num hotel de Porto Velho para repassar o plano com os estudantes que participariam da fraude. Tudo já estava sendo monitorado pela Polícia Civil.
O Diretor Geral da Faculdade, Dr. Aparício Carvalho, disse que denunciou o esquema por entender que a ação criminosa prejudica os alunos bem como a instituição. ?Isso permite o ingresso de alunos sem a capacidade necessária para fazer o curso de medicina?.
Segundo o Delegado Lindomar Bezerra, a informação chegou a Gerencia de Inteligência da Polícia Civil de Rondônia (GEI) que passou a investigar ação da quadrilha. Foi realizado por uma semana o acompanhamento dos suspeitos envolvidos, a GEI identificou e prendeu a maioria dos integrantes dos fraudadores que colocaria no curso de medicina da FIMCA, pelo menos 15 candidatos.
Na manhã desta segunda-feira, a PC concedeu uma coletiva onde explicou como todo o trabalho foi realizado. Segundo o delegado Lindomar Bezerra, o chefe da quadrilha é Áureo Moura Ferreira, que já teve envolvimento em fraudes de vestibulares de Medicina e no Enem em 2014. Com ele, foram presos Carlos Alexandre da Silva Franzolino e Tiago Vieira da Silva. Com os infratores foram apreendidas uma maleta com transmissores, receptores e pontos receptores.
A transmissão era feita de seguinte maneira: cada estudante envolvido recebia as informações através da transmissão de sinais com ponto eletrônico auricular, uma pessoa ficava dentro de um veículo blindado estacionado próximo ao local do vestibular e com ele um equipamento onde era possível escolher uma frequência exclusiva e até bloquear outros sinais para evitar interferência, as respostas eram repassadas por códigos onde sequências de números correspondiam às letras.
Os envolvidos devem responder por associação criminosa, fraude de certames e corrupção de menores.
Os estudantes envolvidos foram encaminhados para a central de flagrantes, posteriormente três deles pagaram a fiança estabelecida no valor de 10 salários mínimos, e foram liberados.
Já os outros permaneceram detidos. As investigações continuam e a qualquer momento mais pessoas podem ser presas.