Existem riscos de endemia da leishmaniose visceral canina em Rondônia porque o estado está cercado de áreas endêmicas. O alerta foi feito pela médica veterinária Andréa Azzolini Gomes de Castro, formada pela Universidade Federal de Uberlândia/MG, durante palestra ministrada para graduandos dos cursos de medicina veterinária, de zootecnia e de farmácia da FIMCA (Faculdades Integradas Aparício Carvalho). No caso específico de Porto Velho, Andréa Azzolini Castro disse que a situação se mantém normal, mas que a presença de cães nas ruas causa preocupação.
Segundo ela, a leishmaniose visceral canina é transmitida por insetos (mosquitos), é uma doença intracelular, progressiva e de difícil combate. “Os animais abandonados que vivem nas ruas são os maiores focos”, alertou a médica veterinária, salientando que a demora no aparecimento dos sintomas dificulta as tentativas de controle. “A presença do animal portador da doença que transita livremente pela cidade preocupa”, acrescentou.
Andréa Castro observou que os mosquitos transmissores da doença para os seres humanos se reproduzem em matérias orgânicas, principalmente frutas, fato que exige medidas de controle por parte das pessoas, que devem estar sempre muito atentas e realizarem a limpeza dos quintais de suas residências. “Não iremos eliminar todos os mosquitos, mas podemos reduzir o índice de reprodução”, acentuou.
De acordo com a palestrante, o uso de repelentes nos animais é importante porque inibe o ataque dos mosquitos. “A vacinação dos cães também é importante. Só se pensa no tratamento porque não se vacina os animais”, disse. “Sacrificar o animal infectado por si só não resolve o problema porque o transmissor continuará voando e infectando as pessoas. Sacrificar os cães não elimina a doença porque é o vetor que deve ser eliminado e não o hospedeiro, no caso o cão”, complementou a médica veterinária.
A professora Liana Villela de Gouvea, coordenadora do curso de medicina veterinária da FIMCA, destacou a importância da palestra ministrada porque prestou esclarecimentos mais detalhados sobre a doença. “O auditório lotado demonstra o grande interesse sobre o tema, tanto por alunos como por profissionais, deixando evidenciado que o controle da leishmaniose visceral canina ainda representa um grande desafio”, disse a docente.