Docente do curso de Fisioterapia da FIMCA (Faculdades Integradas Aparício Carvalho), a fisioterapeuta Eliziane Rios destacou a importância do profissional fisioterapeuta no acompanhamento às gestantes, tanto no pré-natal como no parto e puerpério imediato. Responsável pelas disciplinas de Saúde da Mulher do curso de Fisioterapia da FIMCA, a professora Eliziane Rios diz que no Brasil a fisioterapia aplicada à obstetrícia é uma das áreas de atuação mais recentes dentro da profissão, cuja obrigatoriedade no curso de graduação, em todo o território nacional, começou a ser determinada apenas a partir da reforma curricular de 1985. Eliziane Rios lamenta que a fisioterapia aplicada à obstetrícia ainda não seja muito conhecida no Brasil, tendo em vista que em outros países a prática de atividade física na gravidez é tida como parte integrante de um programa de assistência pré-natal, onde o fisioterapeuta é um dos profissionais responsáveis pelo planejamento e aplicação dessas atividades.
Como é pouco difundida, no Brasil essa área da fisioterapia não está ainda firmemente estabelecida dentro do quadro de profissões que respondem pela saúde da mulher, deixando o fisioterapeuta obstetra sem um papel bem definido nas equipes que auxiliam as gestantes. De acordo com o COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), a fisioterapia é uma área de conhecimento em saúde que estuda os distúrbios cinéticos e sinérgicos funcionais que acometem os órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por trauma ou por condições adquiridas. Assim sendo, a gravidez, por ser considerada uma condição adquirida pela mulher em idade fértil, que promove alterações de diversos tipos no corpo feminino, passou a contribuir para o crescimento, como profissão, dessa nova área de atuação da fisioterapia na saúde da mulher, dando ao fisioterapeuta uma importância crescente como profissional habilitado para tratar os possíveis distúrbios musculoesqueléticos e neuromusculares da gravidez, controbuindo para aliviar as algias existentes pelas alterações biomecânicas e orientar sobre a realização das atividades de vida diária.
No âmbito do curso de fisioterapia da FIMCA, a professora Eliziane Rios disse que o trabalho interdisciplinar é imprescindível em qualquer área da saúde, tendo em vista que o papel do fisioterapeuta obstetra torna-se fundamental dentro das equipes multidisciplinares de assistência pré-natal, não apenas tratando e curando, mas também observando e orientando, passando a ter uma atuação também na promoção de saúde. A docente também coordena o Projeto "Bem me Quer, Mulher", que envolve os graduandos em atividades relacionadas à saúde feminina.