A Professora Ana Paula Fernandes De Angelis Rubira, da FIMCA (Faculdades Integradas Aparício Carvalho), defendeu sua tese de doutorado na USP (Universidade de São Paulo) baseando-se no efeito do laser e ultrassom na dor e incapacidade funcional de mulheres com lombalgia crônica não específica. O estudo foi feito com base no tratamento de 100 mulheres com idade entre 18 e 40 anos. A tese justifica-se pelo fato de que muitas são as modalidades físicas empregadas na fisioterapia, mas poucas comprovam seus efeitos na lombalgia crônica devido às escolhas não padronizadas de tempo e dosagem.
Segundo a Professora Ana Paula Rubira, o emprego dessas duas modalidades sempre vem acompanhado de exercícios ou outro tipo de terapia, como osteopatia, ondas curtas e correntes, tornando difícil a compreensão desses efeitos isoladamente. Outro fator, de acordo com a docente, é o que é chamado de cinesiofobia. “Muitos pacientes com lombalgia deixam de fazer a fisioterapia por medo de a dor aumentar, pois sempre o tratamento vem associado a exercícios e nesse período de tratamento com laser e ultrassom e sem exercícios o fisioterapeuta tem tempo de conscientizar os pacientes da importância do exercício para o tratamento da causa da dor e não somente do sintoma”, salienta.
A lombalgia é um dos mais comuns e caros problemas de saúde pública que acomete o mundo desenvolvido porque apresenta níveis epidêmicos na população mundial, principalmente em países desenvolvidos, e cuja prevalência aumentou nas últimas décadas, devendo aumentar ainda mais nas décadas vindouras. O estudo que norteou a tese de doutorado da professora Ana Paula Rubira indica que 85% da população terão um episódio de lombalgia, cuja maioria se resolverá dentro de seis semanas, mas estimando-se que entre 10% e 20% desenvolvam lombalgia crônica, que persiste por mais de três meses e está presente ao menos em 50% dos dias. “Acima de 50% dos pacientes terão um episódio recorrente por um ano, 60% por dois anos e 70% por três anos”, diz o estudo.
O estudo evidencia que, por conta da gravidade da perpetuação dos sintomas, cerca de 10 milhões de brasileiros se tornam inabilitados devido à lombalgia, que representa uma das mais importantes causas de ausência e afastamento do trabalho. O tratamento da lombalgia crônica inclui muitas terapias não farmacológicas, dentre as quais a fisioterapia. Dentre as modalidades mais utilizadas pelos fisioterapeutas estão as terapias por laser e o ultrassom, tendo em vista que as propriedades biofísicas do laser de baixa potência ainda são pouco compreendidas, sendo sua intensidade de radiação tão baixa que os efeitos biológicos decorrem não do aquecimento, mas sim dos efeitos diretos da irradiação, como efeitos analgésicos e anti-inflamatórios.
Ana Paula Fernandes De Angelis Rubira é Fisioterapeuta pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), com Mestrado em Odontologia pela Universidade de Taubaté (UNITAU). É autora de muitos projetos de Cursos de Graduação e possui grande experiência em docência, gestão de curso no ensino superior, atos de autorização e reconhecimento de Cursos de Graduação bem como preparação de Coordenadores e Docentes para ENADE.