As Faculdades Integradas Aparício Carvalho (FIMCA) e Metropolitana, em alusão ao setembro amarelo, realizaram nesta terça-feira 27/09, no auditório da instituição, uma mesa redonda com o tema “O trabalho do profissional da saúde com pacientes suicidas”, com a finalidade de expor e discutir diferentes atuações e visões a respeito do indivíduo que pensa no suicídio.
Para o debate, diversos profissionais renomados da capital foram convidados. Kelma Johnson – Psicóloga do Hospital Infantil Cosme e Damião, Daniel Amaral – Coordenador do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), Dra. Elza Gabriela – Médica do SAMD (Serviço de Atendimento Médico Domiciliar) e Dr. Aparício Carvalho – Médico Psiquiatra e Presidente do Núcleo de Psiquiatria de Rondônia, mediado pela professora de psicologia da Instituição, Golda Paiva de Carvalho. Na ocasião também foi apresentado uma peça teatral, mostrando os transtornos de uma mente suicida.
Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção. Ocorre no mês de setembro, desde 2016, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla divulgação de informações.
Todos os anos são registrados cerca de onze mil suicídios no Brasil e mais de um milhão em todo o mundo. O suicídio é um problema de saúde pública que vive a situação do tabu e do aumento de suas vítimas. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superiores as vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer.
Dr. Aparício Carvalho Diretor da FIMCA e Presidente do Núcleo de Psiquiatria de Rondônia, fala da importância do evento. “O suicídio sempre foi algo assim proibido de falar e hoje nessa mesa redonda nós discutimos exatamente a maneira de poder ajudar as pessoas nessa causa, então essa mesa redonda nesse mês de setembro amarelo é uma prevenção, nós precisamos ajudar as pessoas, suicídio sempre foi um tabu, as famílias não falam, às vezes sofremos intensamente essa dor da depressão e da tristeza profunda e não temos ninguém em casa para poder falar. Hoje tivemos a oportunidade de debater esse assunto com vários profissionais da área de saúde e foi importante para quebrarmos esse tabu, acho que só a partir do momento em que nós estivermos unidos em defesa da vida e da valorização da vida é que vamos diminuir esse alto índice de suicídio no Brasil, aqui em Rondônia o número é menor, mais é bastante elevado, temos uma média de 100 suicídios por ano, no Brasil 11 mil pessoas suicidam por ano, no mundo 1 milhão de pessoas suicidam, então é um número muito elevado e nós precisamos encontrar mecanismos para poder estancar essas perdas tão valorosas, e muitas vezes nós salvamos uma vida com uma palavra, um dialogo ou até com um afeto”.
A psicóloga do Hospital Cosme Damião, Kelma Johnson, relata com preocupação os casos que estão aumentando a cada dia. “O que não acontecia ha cinco anos atrás agora tem acontecido, a nossa preocupação tem sido de apoio, apoio a família dessas crianças que estão lá, a prevenção é o mais importante para nós, e vim falar desse trabalho é essencial para que as pessoas fiquem mais atentas, e o que observamos nessas crianças que cometem o suicídio, são crianças que precisam ser ouvidas, elas gritam por socorro, elas precisam de ajuda e muita vezes não tem, então são crianças que tem pais presentes, mas ausentes ao mesmo tempo”.
A acadêmica Letícia Silveira do 6º período de psicologia, representante do corpo discente, conta da necessidade de falar sobre o suicídio. “O suicídio é algo que está muito presente na nossa sociedade, as pessoas negam, as pessoas fingem que não vêem, as pessoas tratam isso como tabu e esse evento ele dá visão a isso, ele dá oportunidade das pessoas falarem e refletirem sobre o caso, a maiorias das pessoas tem o pensamento que quem se mata é fraco, não teve força, quis chamar a atenção, mas a realidade não é essa, na verdade a pessoa com pensamento suicida sofre muito, é muita dor, e a importância desse evento é isso, é as pessoas prestarem mais atenção umas nas outras, todos nós somos responsáveis, é uma rede onde um pode ajudar o outro”.
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