A fonoaudióloga Rita Mor, Mestra em Distúrbios da Comunicação Humana pela Escola Paulista de Medicina (Universidade Federal de São Paulo), ministrou, no auditório da FIMCA (Faculdades Integradas Aparício Carvalho), o curso de Reabilitação Vestibular direcionado para graduandos e profissionais de fonoaudiologia e demais áreas da saúde. Os participantes do curso aprenderam que o equilíbrio corporal dos indivíduos depende de informações adquiridas da orelha interna (labirinto), da visão e da somatocepção, que são os receptores periféricos relacionados com orientação espacial. Estas informações são processadas e organizadas ao sistema nervoso central, também responsável pelo controle e planejamento do ato motor para finalmente executar a marcha e a postura corretamente.
O curso de Reabilitação Vestibular mostrou, também, que vários fatores contribuem para que o sistema vestibular periférico (labirinto) e o sistema nervoso central sejam comprometidos. Infecção, inflamação, neoplasia, doenças degenerativas, autoimunes, vasculares, reumáticas, hormonais, psicogênicas, genéticas, metabólicas, iatrogênicas e posturais são fatores de alerta sobre problemas que possam prejudicar o sistema vestibular. Em função destes inúmeros fatores causadores de alteração no sistema vestibular é que tantas pessoas sejam afetadas com o principal sintoma que é a tontura.
A tontura pode se manifestar como flutuação, cabeça oca, vertigem giratória, afundamento (estar sendo atraído para o solo), entre outras, sendo que também são comuns nos casos de disfunção vestibular os sintomas de vômitos, náuseas, sudorese frio (suor gelado), mal estar, taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos), palidez, ansiedade, medo, distúrbios de audição, cefaleia (dor de cabeça), dificuldades de concentração, distúrbios de linguagem e quedas.
A terapia de reabilitação labiríntica é indicada para todas as idades, com perturbação do equilíbrio corporal, ilusão de movimento, sensação de instabilidade, flutuação, oscilação e vertigem (sensação rotatória de objetos ou de si próprio). O tratamento é indicado principalmente nos casos de vertigens crônicas, vertigens por mudança de postura, pacientes idosos com alteração de equilíbrio que apresentam quedas ou desvio de marcha, tontura em veículos em movimento, desconforto em lugares movimentados.
O programa de reabilitação vestibular deve estar de acordo com o tipo de disfunção vestibular que é identificado através do exame otoneurológico. A reabilitação vestibular visa estimular a estabilização visual durante o movimento de cabeça, aumentar a interação vestíbulo-visual durante o movimento de cabeça, proporcionar mais estabilidade de postura estática e dinâmica em situações de conflito sensorial, diminuir sensibilidade individual frente a movimentos cefálicos e aumentar níveis de atividade do dia a dia.