Graduandos do primeiro período do curso de enfermagem da FIMCA (Faculdades Integradas Aparício Carvalho) estiveram envolvidos em atividades relacionadas à história da enfermagem, coordenadas pela professora Grace Kelly de Almeida. Em forma de dramaturgia, os graduandos apresentaram fases da trajetória da enfermagem até os dias atuais. Segundo a docente Grace Kelly, a atividade tem como proposta mostrar que a sala de aula é um espaço destinado à aprendizagem, principalmente com base em metodologias construtivas.
A enfermagem é uma ciência cuja essência e especificidade é o cuidado ao ser humano individualmente, na família ou em comunidade de modo integral e holístico (num todo indivisível), desenvolvendo autonomamente ou em equipe, atividades de promoção e proteção da saúde e prevenção e recuperação de doenças ou de estados de alteração da saúde. O conhecimento que fundamenta o cuidado de enfermagem deve ser construído na intersecção entre a filosofia, que responde à grande questão existencial do homem, a ciência e tecnologia, tendo a lógica formal como responsável pela correção normativa (normas de atuação) e a ética, numa abordagem comprometida com a emancipação humana e evolução das sociedades.
Origem da Profissão
Os graduandos do primeiro período de enfermagem da FIMCA relataram que a profissão surgiu do desenvolvimento e evolução das práticas de saúde no decorrer dos períodos históricos. As práticas de saúde instintivas (por instinto) se constituíram nas primeiras formas de prestação de assistência. Numa primeira fase da evolução da civilização, estas ações garantiam ao homem a manutenção da sua sobrevivência, estando na sua origem, associadas ao trabalho feminino, caracterizado pela prática do cuidar nos grupos nômadas primitivos, levando em linha de conta a espiritualidade de cada um relacionada com a do grupo em que vivia.
Valendo-se da dramaturgia, os graduandos mostravam que as práticas de saúde medievais focalizavam a influência dos fatores socioeconômicos e políticos do medieval e da sociedade feudal nas práticas de saúde e as relações destas com o cristianismo. Esta época corresponde ao aparecimento da Enfermagem como prática leiga, desenvolvida por religiosos e abrange o período medieval compreendido entre os séculos V e XIII. Foi um período que deixou como legado uma série de valores que, com o passar dos tempos, foram aos poucos legitimados a aceitos pela sociedade como características inerentes à Enfermagem.
O avanço da Medicina vem favorecer a reorganização dos hospitais. É na reorganização da Instituição Hospitalar e no posicionamento do médico como principal responsável por esta reordenação, que vamos encontrar as raízes do processo de disciplina e seus reflexos na Enfermagem, ao ressurgir da fase sombria em que esteve submersa até então. Naquela época, estiveram sob as piores condições, devido à predominância de doenças infectocontagiosas e à falta de pessoas preparadas para cuidar dos doentes.
A aula história coordenada pela professora Grace Kelly de Almeida evidencia que é neste cenário que a Enfermagem passa a atuar, quando Florence Nightingale é convidada pelo Ministro da Guerra da Inglaterra para trabalhar junto aos soldados feridos em combate na Guerra da Criméia. Florence Nightingale criou o conceito moderno de enfermagem porque possuía inteligência incomum, tenacidade de propósitos, determinação e perseverança, o que lhe permitia dialogar com políticos e oficiais do Exército, fazendo prevalecer suas ideias.
No desejo de realizar-se como enfermeira, passa o Inverno de 1844 em Roma, estudando as atividades das Irmandades Católicas. Em 1849 faz uma viagem ao Egito e decide-se a servir a Deus. Decidida a seguir sua vocação, procura completar seus conhecimentos que considerava ainda insuficientes, visita o Hospital de Dublin dirigido pelas Irmãs de Misericórdia, Ordem Católica de Enfermeiras, fundada 20 anos antes. Em 1854, Inglaterra, França e a Turquia declaram guerra à Rússia: é a Guerra da Criméia. Os soldados acham-se no maior abandono. A mortalidade entre os hospitalizados é de 40%.
Florence partiu para Scutari (cidade Italiana) com 38 voluntárias entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais. Algumas enfermeiras foram despedidas por incapacidade de adaptação e principalmente por indisciplina. A mortalidade decresce de 40% para 2%. Os soldados fazem dela o seu anjo da guarda e ela será imortalizada como a "Dama da Lâmpada" porque, de lanterna na mão, percorre as enfermarias, atendendo os doentes. Após a guerra, Florence fundou uma escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas que foram fundadas posteriormente.
Nos dias atuais, a enfermagem vê as pessoas como seres totais (holísticos), que possuem família, cultura, têm passado e futuro, crenças e valores que influenciam nas experiências de saúde e doença, além do que existe um grande desenvolvimento da enfermagem quer em termos humanos, quer em termos técnicos.